Luiz Felipe Cunha

luizfelipe@fau.ufrj.br

Visão

Sobre esta terra a arquitetura assentou um mundo.

Com esta terra a arquitetura construiu um mundo.

Sob esta terra já jazem muitos mundos, alguns já descobertos, outros por descobrir e interpretar e outros nela já dissolvidos. Vestígios indetectáveis da história.

O que começa como arquitetura tende a terminar como arqueologia. Entre ambos é história, tem as formas que ela imprime, as marcas dos eventos nos quais ela transcorre e decorre.

A diferença entra a terra e o mundo está na forma. Na terra, as formas irrompem por si sós. No mundo são produzidas. Quando são grandes, são cidades. Quando pequenas são casas, mas podem ser ainda menores e mais simples. Nesse caso, são só abrigos, embora também o sejam nos tamanhos da casa e da cidade.

Fazemos muitas formas para muitas coisas, mas as formas da arquitetura são sempre abrigo.

Muitas formas na cidade não são arquitetura e abrigam. São formas que, no abrigar, apenas brigam. Ou não brigam, o que é ainda pior. São formas que simplesmente não são. Só ficam ali, não sendo.

As formas da arquitetura são.

Tão mais as formas da arquitetura são quanto mais inúteis forem. Mas não podem ser totalmente inúteis, porque assim seriam apenas arte.

Apenas abrigo é o mínimo que a forma da arquitetura tem que ser. Se isso é assim, então ser abrigo é o ser da arquitetura. Todo o resto é contingente.

Abrigar é a essência da arquitetura.

Abrigar é permitir ficar. Ficar é estar. O estar é o ser situado. Ninguém é. Todo mundo está desta ou daquela maneira, nesta ou naquela hora, aqui ou lá. O estar é o mais próximo do ser que podemos chegar. Abrigar, portanto, é conduzir para a proximidade do ser.

Conduzir para a proximidade do ser é a essência da arquitetura.

Qual é a essência do ser para cuja a proximidade a arquitetura conduz? O ser que pergunta é o ser humano.

Conduzir para a proximidade do humano é a essência da arquitetura.

Qual é a essência do humano para cuja a proximidade a arquitetura conduz?

A essência do humano é o amor pela inutilidade. Dentre todos os seres que assentam seu mundo sobre a terra, o único que ama e admira e mesmo atribui o maior relevo e importância à produção de coisas inúteis, como as obras de arte, é o ser humano.

A arte é a essência do humano e tudo o que o diferencia de todos os outros seres animados que habitam sobre a terra.

Conduzir para a proximidade da arte é a essência da arquitetura.

O ser da arquitetura é o ser próximo da arte.

Disciplinas

Projeto Arquitetônico IV | 2014.1 – atualmente
Projeto Espaços para Cultura | 2015.2 – atualmente
Trabalho Final de Graduação | 2018.1
Projeto Arquitetônico II | 2008.1 – 2013.2
Projeto de Interiores | 2008.1 – 2014.2

 

Bio

Sou arquiteto e urbanista formado pela Universidade Santa Úrsula em 1983, depois de nove longos anos divididos entre o estudar e aprender a amar a arquitetura e o movimento estudantil. Nessa primeira atividade, minha maior conquista foi o prêmio universitário Klabin de 1978; na segunda fui presidente do DCE Marilena Villasboas e diretor cultural do Centro Acadêmico da Arquitetura. Sou também Mestre em Saúde Pública pela ENSP-Fiocruz, doutor em urbanismo pelo ProUrb da FAU UFRJ e em psicologia clínica pela PUC-Rio. Em 1986 fui um dos fundadores de Arquitetório Associados, no qual permaneci até 2009, quando assumi o lugar de professor do quadro permanente do DPA da FAU.

O Arquitetório foi um escritório de médio porte que realizou projetos em temas muito variados, da escala do urbanismo e do paisagismo até a do objeto e do mobiliário. Destacam-se o plano funcional da Av. das Américas, o plano urbanístico e de preservação paisagística e de sítios arqueológicos das Salinas Peroanas com seis milhões de metros quadrados em Cabo Frio, além de outros de menor porte em diferentes municípios. No âmbito do edificado, vários projetos residenciais, comerciais, culturais, educacionais entre outros em diferentes municípios e estados brasileiros.

Atualmente sou professor de composição arquitetônica nas disciplinas de projeto do DPA, pesquisador independente em estética, bioética, psicologia e didática, com artigos publicados em revistas especializadas.

O cotidiano de meus ateliês

Com Yuri Rosenthal Robert, Marinah Raposo e Jan-Marc Castlunger

Artigos publicados

Algumas orientações

 
Aline de Freitas Queirós
Criando paisagens: um novo olhar para a Baia de Guanabara
2º lugar no concurso universitário do 4º Congresso Internacional de Arquitetura Paisagística
Marcelo Costa Rosa
Teatro Marcos Edom
Selecionado Regional Opera Prima 2017
Yuri Rosenthal Robert
Deuses e mortais: intervansão poética na praia de Berck
Rafael Hanzelmann
Parque central de Campo Grande com rebaixamento da linha de trem
Tamara Chicosqui
Estação intermodal em Piratininga
Mayla Barreto
Cicatrizes Urbanas: tornando espaço em lugar – Praça lindeira ao rio Maracanã na Tijuca