115 Imaginários


A coleção de 115 imaginários de outras realidades performadas em um plástico rosa

A sobra de uma grande quantidade de plástico rosa, uma vez utilizado para construir um inflável na Biblioteca Lúcio Costa, (re)torna para guiar a experiência de uma nova leitura do prédio na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UFRJ e expor 115 Trabalhos Finais de Graduação (TFGs) realizados durante o período 2018.2. A pergunta que nos realizamos é a seguinte: Como podemos aceder as coisas através das coisas mesmo? A proposta é permitir a matéria (plástico rosa) expressar-se no discurso do projeto, e produzir um processo de ir e voltar que explore a essência e potencia da sua matéria. Desta forma, o conhecimento não se gera do distanciamento e representação da realidade, e sim desde a experiência direita e material com o mundo. Com o objetivo de sair da noção epistemológica que considera a matéria como receptáculo inerte dos desenhos/representações humanas funcionais e utilitárias, a solução se desenhou durante a fabricação ou construção do artefato expositivo, o qual respondeu empiricamente (capacidade estrutural, peso, diafaneidade, movimento, etc.). Um material plástico rosa e reutilizado, que já estava previamente cortado, colado e sujo era difícil de fixar ou desenhar, e deveria ser repensada a técnica e a pratica do seu novo desenho perante esta cojuntura. Ou seja, o conhecimento se afeta com os corpos, o espaço e a matéria (a altura livre do prédio, os movimentos dos corpos humanos, os horários livres dos alunos, o peso dos tijolos cerâmicos, as marcas do plástico cortado previamente, etc.). Conforme  a teoria da performatividade poshumanista (Karen Barad, 2003) se reconhece a necessidade de desenhar em relação ao dinamismo, movimento e transitoriedade – tanto material como humano. Na proposta expositiva do e com o plástico rosa realizamos um enfoque performativo, que implica pensar e teorizar as práticas conectadas diretamente com o mundo que habitamos. Em fim, esta coleção exposta de 115 realidades e narrativas sonhadas, idealizadas e performadas em um plástico rosa deseja entrelaçar e ampliar a interlocução entre  a matéria, os estudantes, os docentes e técnicos da comunidade UFRJ, como também acionar novos encontros entre os transeuntes do espaço do nosso universo FAU.

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Coordenação e Montagem da Exposição: Ayara Mendo e Ethel Pinheiro
 
Monitores de Exposição:
Beatriz de Melo Almeida Fonseca
Gabriella Pereira Mendonça
Igor Barbosa Rosa
Joanna Andrade Silva Trindade
Juliana Pinto Xavier
Letícia Araújo de Carvalho
Lucas Monserrat P. de Carvalho
Luiz Felipe Silveira
Maria Eduarda Silva Cunha
Rafael Rodrigues Giglio
Rebeca Feliciano de Carvalho
Rodrigo Carneiro Leão Ferreira

Direção da FAU:
Andrea Queiroz Rego, Diretora
Guilherme Lassance: Vice-diretor
Cláudia Nóbrega: Diretora Adjunta de Graduação