Jorge Nassar Fleury da Fonseca

jorgefleury@gmail.com

Visão

Segundo Robert Park, a cidade é a tentativa mais coerente  e, em termo gerais, mais bem-sucedida de refazer o mundo em que vive, e de fazê-lo de acordo com seus mais profundos desejos. Porém, se a cidade é o mundo criado pelo homem, é também o mundo em que ele está condenado a viver. Assim, indiretamente e sem nenhuma consciência bem definida da natureza de sua tarefa, ao criar a cidade o homem recriou a si mesmo.

Se Park está certo, a questão do tipo de cidade que queremos não pode ser separada da questão do tipo de pessoas que queremos ser, que tipos de relações sociais buscamos, que relações com a natureza nos satisfazem mais, que estilo de vida desejamos levar, quais são nossos valores estéticos. De acordo com Harvey, o direito à cidade é, portanto, muito mais do que um direito de acesso individual ou grupal aos recursos que a cidade incorpora: é um direito de mudar e reinventar a cidade mais de acordo com nossos mais profundos desejos. Além disso, é um direito mais coletivo que individual, uma vez que reinventar a cidade depende inevitavelmente do exercício de um poder coletivo sobre o processo de urbanização.

A liberdade de fazer e refazer a nós mesmos e a nossas cidades, como pretendo argumentar, é um dos nossos direitos humanos mais preciosos, ainda que um dos mais menosprezados. Qual seria, então, a melhor maneira de exercê-lo?

In.: HARVEY, David. Cidades Rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2014. 

Disciplinas

Ateliê Integrado I | 2017 – atualmente
Projeto Arquitetônico I | 2017.1 – atualmente

Estratégias de Concepção do Edifício Contemporâneo | 2017.2

 

 

Bio

Professor Adjunto do Departamento de Projeto de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (DPA / FAU / UFRJ). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade da Amazônia (2002), mestrado em História pela Universidade Federal do Pará (2009) e doutorado em Urbanismo pelo Programa de Pós-graduação em Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PROURB/FAU/UFRJ) (2014). Seu tema de pesquisa e extensão é habitação urbana popular, com ênfase em saúde urbana, sobretudo em favelas e conjuntos habitacionais.